Djalma Pinheiro

Ah, se eu fosse um poeta....

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O Tropeço

O Tropeço

 

Nos dias atuais um dos maiores tropeços que se pode dar na vida é o envolvimento com drogas e infelizmente (estam ai as estatísticas e os noticiários), sobre o assunto que não nos deixam mentir e já falam por si próprios.

 

Esta até pode ser uma história real, dado ao nosso cotidiano,

 

Vinha um homem trôpego, em um estado de dar dó, pela rua e em dado momento uma caridosa senhora o aborda perguntando:

 

O Senhor está passando mal, necessita de ajuda?, no que o homem fita bem nos olhos a senhora e lhe responde que sim, que necessitava de ajuda e realmente estava passando mal do espírito, pois o dele, ele achava que já estava morto.

 

Retruca a senhora: fale isso não moço, pois mesmo que agente faça a passagem para o mundo dos mortos, o nosso espírito nunca nos abandona. O que nos abandona é nossa carne que fica aqui por cima ou embaixo da terra e apodrece, pois é so um invólucro de nosso ser espiritual. O homem com uma aparência horrível (que infelizmente a maioria das pessoas ficaria com medo até de se aproximar) fica cabisbaixo e em sua face rolam duas lágrimas de uma dor indescritível, pois a sua dor vinha de dentro de sua alma e narra à caridosa senhora a sua historia.

 

Senhora não sei se o que vou lhe contar vai me ajudar ou me atrapalhar ainda mais, mas tenho que contar para alguém o que estou sofrendo, pois, já não tenho ninguém por mim. Perdi o respeito de minha mulher, o amor de meus filhos, meus irmãos, meus amigos, meu emprego, em fim, perdi a fé em viver.

 

Xiiii, por favor, deixe-me continuar, era um homem que vinha de uma linhagem dita superior, estudei em bons colégios, cursei em universidades fora do país, tenho ou tinha uma profissão que amava, pois sou um engenheiro químico, mas por ironia do destino ou por irresponsabilidade de minha parte hoje me tornei este trapo humano que a senhora está vendo.

 

Nisso todos que passavam ficavam olhando para o homem, com aquele olhar de repugnância....

 

Senhora eu comecei a me drogar ainda estudante. Comecei com um inocente baseado de maconha com os amigos de infância nas peladas e no colégio. Fiquei usando isso diversos anos de minha vida, sem, contudo me atrapalhar, pois as vezes que o faziam eram numa situação de discrição total. Anos mais tarde já casado e com minha vida estabelecida, com filhos e tudo, nas festas de amigos e nas noitadas, enveredei pelo mundo da cocaína (pois aquele baseadinho de maconha, já não mais fazia efeito). Também fazendo uso anos seguidos com a mesma discrição, quando muito nos fins de semana ou nas festas, e sempre afirmando que quem fazia a cabeça era eu e não a “diaba branca”, que fazia a minha cabeça.

 

Ledo engano senhora. Ela só estava esperando o momento certo para dar o seu bote fatal, pois ao sofrer talvez o primeiro reverso brabo em minha vida (doença de meus pais, culminando com o falecimento de ambos), meu casamento já não era lá essas coisas, dado as divergências do mundo atual, também culminando com a já esperada separação e conseqüentemente a distância de meu casal de filhos.

 

E os passantes cada vez mais incrédulos, com a atitude daquele ser repugnante, e falavam que ele era um verdadeiro farrapo humano....

 

Logo, por nunca ter passado por experiência de vida tão amarga, comecei a usar cocaína todos os fins de semana e logicamente o meu círculo de amizades foi mudando. Quando me dei conta ou pensei estar me dando conta, já havia perdido o elo com a normalidade da vida, cheirando literalmente todos os dias, onde daí a perda do emprego e toda a minha vida, Hoje sou isso que a senhora está vendo.

 

A senhora com uma paciência incrível, perguntou a ele se havia terminado e se poderia lhe dizer algo mesmo que ele não gostasse. Muito embora tenha se tornado um verdadeiro farrapo, ainda tinha nele uma centelha de educação e respeito, no que disse a senhora que jamais ficaria aborrecido com ela, que ela poderia falar sim o que quisesse a ele.

 

Com isso, já havia pessoas a ponto de expulsar ele do local em que estavam, pois era em frente a uma igreja..

 

A senhora pegou um lindo lenço azul, quase que violeta e enxugou as suas lágrimas e lhe disse o seguinte.

 

Meu filho na realidade o que você está fazendo é a perda de sua vida, pois isso tem um nome “suicídio”. Mas é um “suicídio” diferente, porque é um “suicídio” de sua alma e que a única solução seria tentar nos raros momentos de lucidez olhar para o seu interior, num local onde estivesse sozinho, que seja num templo de qualquer religião, num cemitério (onde as pessoas convivem com a única realidade da vida “A morte”), sem se ligar em conselhos de quem quer que fosse neste momento, e que ele fizesse um balanço de quem mais gostava dele, onde ele teria a oportunidade de ver que ainda lhe restava a melhor das dádivas, que é a VIDA. E completou dizendo. Meu filho para que você possa ter condição de sair dessa, só olhando para dentro de você mesmo e se amando. Quando você conseguir isso, você vai ver o quanto é humano e tem muito amor ainda para dar aos seus filhos, sua família, seus amigos e a todos.

 

E disse a ele que teria que ir embora, pois a sua missão ali havia terminado. Desejou que o homem tivesse êxito em sua empreitada, e disse mais Meu filho eu te dou minha benção.

 

Onde o homem, aos prantos, perguntou a ela: minha caridosa senhora posso pelo menos saber o seu nome?

 

No que a senhora disse Consciência... e foi andando até sumir na multidão

 

 

Ta aí o motivo de que todos estavam espantados o homem falava sozinho, ou pensavam que ele estava sozinho. Este homem adentrou a igreja e ajoelhado sem saber rezar agradeceu aquela senhora com um nome tão estranho a Dona Consciência.....

 

 

Djalma Pinheiro

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Imortal da Academia Mundial de Cultura e Literatura – Cadeira:13.

 

 

 

Djalma Pinheiro
Enviado por Djalma Pinheiro em 26/02/2009
Alterado em 03/02/2024
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